Um caleidoscópio de sentimentos

Hoje vivenciei uma experiência poderosa, embora pequena e aparentemente insignificante: a morte de um pequeno inseto, que reconheci como uma abelha ou um besouro. O deslocamento da alma do corpo é algo que ocorre em todos os seres quando seus corpos chegam ao fim, e foi o que aconteceu com essa diminuta criatura.

Estava na igreja, durante o período da Páscoa, refletindo sobre a passagem anímica e o que acontece quando partimos. O bichinho, por razões desconhecidas, se contorcia no chão, movendo-se de um lado para o outro, e eu o observei não com curiosidade, mas com a intenção de compreender aquele processo.

Embora tenha cogitado aliviar seu sofrimento, lembrei que a morte é um dos momentos mais significativos de evolução espiritual que vivemos. Por isso, decidi respeitar e apenas observar. Aos poucos, ele foi se acalmando, até que todos os seus movimentos cessaram por completo.

Nesse instante, imaginei o tamanho daquela alma que acabara de se libertar, quem era e por que havia escolhido passar por aquele processo no interior de uma igreja. Penso que outras pessoas também tenham testemunhado a cena, cada uma vivenciando emoções distintas, despertadas por um verdadeiro caleidoscópio de sentimentos.

Today I experienced a powerful, yet small and seemingly insignificant experience: the death of a small insect, which I recognized as a bee or a beetle. The displacement of the soul from the body is something that occurs in all beings when their bodies come to an end, and that is what happened to this tiny creature.

I was in church during the Easter period, reflecting on the passage of the soul and what happens when we leave. The little creature, for unknown reasons, was writhing on the floor, moving from side to side, and I observed it not with curiosity, but with the intention of understanding that process.

Although I considered alleviating its suffering, I remembered that death is one of the most significant moments of spiritual evolution that we experience. Therefore, I decided to respect it and just observe. Little by little, it calmed down, until all its movements ceased completely.

At that moment, I imagined the size of that soul that had just been freed, who it was and why it had chosen to go through that process inside a church. I think other people also witnessed the scene, each experiencing different emotions, awakened by a true kaleidoscope of feelings.