A busca pelo auto conhecimento

Trabalho com afinco e alma, guiado pela incansável busca por mais sensibilidade, mais inspiração e mais imaginação. Não escrevo apenas por impulso, mas por missão — por sentir que, através das palavras, posso tocar consciências, acalentar corações e lançar sementes de luz nos jardins da existência.

Cada texto é para mim uma oração silenciosa, um sopro de verdade, uma ponte entre o visível e o invisível. E assim sigo, movido por essa chama interna que nunca se apaga, mesmo nos dias sombrios. Porque escrever, para mim, é escutar o invisível e devolver ao mundo um pouco da beleza que nos habita.

Buscar uma explicação coerente para a existência pode parecer tolice para quem enxerga a vida apenas com os olhos da razão. Mas não é para os que almejam sabedoria, que ousam olhar além da superfície. Ainda assim, há muitos que passam por este mundo sem ao menos saber que nasceram — e quando partem, sequer percebem que morreram. Vivem entre véus, dormindo através dos séculos, indo e vindo pela Terra como viajantes inconscientes, alheios à própria jornada.

Dentro de nós, sentimentos e percepções profundas frequentemente se manifestam como abismos — tão vastos e misteriosos que preferimos nem olhá-los de frente. Assim, entregamo-nos à ignorância voluntária, como quem veste uma armadura contra o desconhecido. Nesse estado, o saber parece ameaça, e o não saber, proteção.

No entanto, há caminhos possíveis para o despertar. Práticas, exercícios, exercícios espirituais... todos podem nos conduzir a um nível mais alto de consciência. Mas eles não bastam por si só: é preciso guia, presença, alguém com o olhar treinado pela luz. Sem isso, a experiência se dissipa. A pessoa, ao ser questionada sobre o que sentiu ou viu, apenas responde: “não sei”. E quando a explicação chega, solta um espanto quase tímido: “Então era isso?”

Esse é o paradoxo do autoconhecimento: ele está em nós, mas precisa de chave e espelho. O mundo interior é vasto demais para ser percorrido sem mapa — mas sempre há quem o desenhe com palavras, gestos ou silêncios.

I work hard and with my soul, guided by the tireless search for more sensitivity, more inspiration and more imagination. I don't write just on impulse, but on a mission — because I feel that, through words, I can touch consciences, warm hearts and sow seeds of light in the gardens of existence.

For me, each text is a silent prayer, a breath of truth, a bridge between the visible and the invisible. And so I continue, driven by this inner flame that never goes out, even on dark days. Because writing, for me, is listening to the invisible and giving back to the world a little of the beauty that inhabits us.

Seeking a coherent explanation for existence may seem foolish to those who see life only through the eyes of reason. But it is not for those who yearn for wisdom, who dare to look beyond the surface. Even so, there are many who pass through this world without even knowing that they were born — and when they leave, they don't even realize that they have died. They live between veils, sleeping through the centuries, coming and going through the Earth like unconscious travelers, oblivious to their own journey.

Deep feelings and perceptions often manifest themselves within us as abysses—so vast and mysterious that we prefer not to look them in the face. Thus, we surrender to voluntary ignorance, as if we were putting on armor against the unknown. In this state, knowing seems like a threat, and not knowing, protection.

However, there are possible paths to awakening. Practices, exercises, spiritual exercises... all of them can lead us to a higher level of consciousness. But they are not enough on their own: we need guidance, presence, someone with an eye trained by the light. Without this, the experience dissipates. When asked about what they felt or saw, the person simply answers: “I don’t know.” And when the explanation arrives, they are almost shyly surprised: “So that was it?”

This is the paradox of self-knowledge: it is within us, but it needs a key and a mirror. The inner world is too vast to be explored without a map—but there is always someone who can draw it with words, gestures or silences.