O corpo — casulo da alma

O corpo, esse casulo da alma, possui um poder maravilhoso. É regido pela matéria que o compõe e se expressa através da vibração, manifestando o que a alma necessita para realizar, no mundo, a sua vontade. Uma vontade que, muito além de qualquer imposição do ego, é uma bênção divina que brota da essência e se concretiza na experiência terrena.

Ao pensar no casulo da lagarta — que precede a borboleta — percebo o quanto nos iludimos com a realidade aparente, impressionados com aquilo que não nos pertence. No entanto, é justamente essa “casca” que se rompe para nos libertar, permitindo que ascendamos rumo à eternidade — nossa verdadeira morada espiritual.

Somos luz. E essa luz, forjada pela espada do amor em Deus, lapida a própria essência e a torna ainda mais radiante. Eis a missão maior nesta jornada material: dissolver e recompor-se constantemente, para oferecer à própria alma seu poder legítimo.

E quando enfim nos reconhecermos e aceitarmos nossa natureza primeira, olharemos para a vida com olhos mais profundos — sem temor das idas e vindas da matéria. Saberemos agradecer. Saberemos renunciar ao corpo, mais uma vez, sempre em nome do Criador, que nunca se ausenta, pois habita em nós pelo Espírito Santo. Amém.

The body — cocoon of the soul

The body, this cocoon of the soul, has a marvelous power. It is governed by the matter that composes it and expresses itself through vibration, manifesting what the soul needs to carry out its will in the world. A will that, far beyond any imposition of the ego, is a divine blessing that springs from the essence and is realized in the earthly experience.

When I think of the caterpillar's cocoon — which precedes the butterfly — I realize how much we delude ourselves with apparent reality, impressed by that which does not belong to us. However, it is precisely this “shell” that breaks to free us, allowing us to ascend towards eternity — our true spiritual home.

We are light. And this light, forged by the sword of love in God, polishes the essence itself and makes it even more radiant. This is the greatest mission in this material journey: to constantly dissolve and recompose oneself, to offer the soul its own legitimate power.

And when we finally recognize and accept our original nature, we will look at life with deeper eyes — without fear of the comings and goings of matter. We will know how to give thanks. We will know how to renounce the body, once again, always in the name of the Creator, who is never absent, because He dwells within us through the Holy Spirit. Amen.